Naquela noite escura e fria de ventania e tempestade, onde não havia nem luz nem esperança, alguém bateu na porta daquela casa, com pancada forte e sonora.
Perguntei quem era, mas ninguém respondeu. Voltei a perguntar e do outro lado uma voz soou, grave e séria: - Abre! A medo abri a porta e ele sorriu para mim dizendo: - Não temas, que eu nunca te trarei medo…mas apenas confiança e a certeza que não há motivos para desespero, nem para te perderes em caminhos sinuosos. A noite escura dará lugar à alvorada e nessa altura toda a tormenta passará, porque tudo ficará limpo e transparente e a brisa será amena e serena e tu poderás finalmente respirar de alívio. Tudo passará, tudo abrandará e tu serás de novo tu própria, na tua essência e no teu esplendor. Mas para isso, terás de me deixar ficar contigo, abrigar-me no teu refúgio e permitir que me instale em todas as divisões da tua casa. Deixa-me fazer-te acreditar que é possível seres feliz de novo e dar-te sempre motivos para que os teus olhos brilhem. Deixa-me morar no teu coração e acordarás todas as manhãs com o se cada dia fosse mágico e cada instante um milagre. Abriga-me na tua mente e todos os teus pensamentos serão luminosos e positivos, sente-me no teu corpo e não terás mais qualquer tipo de dor, nem tristeza e voarás ao sabor do vento e da música que te embala, passo a passo, nessa melodia do sorriso que te transforma em menina que tem sonhos para realizar. Deixa-me aconchegar o teu sono serenamente e transformar a tua noite em calma e descanso e libertar-te de todas as prisões, todos os pesadelos, todas as ilusões que se desfazem como bolas de sabão. Deixa-me fazer-te acreditar que podes ser pássaro e voar, mesmo que não tenhas asas. Alimentar-te de alegria, de paz e tranquilidade e fazer-te correr pela praia como se não houvesse impossíveis. Comigo terás sempre tanto, que nunca te secará a fonte do dar e do receber e o teu fluxo será sempre abundante, jorrando noite e dia sem parar, e todo o universo quererá dar-te sempre mais. Comigo as cores com que te vestes serão sempre vistosas e coloridas, e em todas as manhãs verás sempre um rosto radioso refletido no outro lado do espelho. As tuas palavras serão sempre gentis e amáveis e não haverá azedume, nem sentimentos pesados que te maculem o ser. Deixa-me ficar contigo e permanecer, de verdade e para sempre, sem máscaras, porque sararei todas as tuas feridas e nunca te deixarei sangrar. E depois de ouvir tudo o que ele tinha para me dizer, fez-se um silêncio e tornei a perguntar: -Quem és tu afinal? E ele respondeu: - Não adivinhas? Sou o teu próprio amor. E naquela noite fria, o calor entrou naquela casa, e eu deixei-o ficar. Sorri-lhe, abracei-o, cuidei dele e prometi-lhe que nunca mais o deixaria partir! Ana Machado
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Hoje é dia do Solstício, o dia em que damos as boas vindas ao Inverno e lhe dizemos que pode entrar, é o dia consagrado ao sol, com a noite mais longa do ano, que nos recorda que da escuridão pode surgir a luz, convidando-nos a um período de reflexão, interiorização, de pausa e introspeção. É por isso um excelente momento para olharmos bem fundo na nossa alma e sentirmos os efeitos do que andámos a fazer nos últimos tempos e fazermos balanços de vida. O que fiz? O que posso ainda fazer? O que aprendi com as minhas experiências? Se gostares de escrever, convido-te a aproveitares o momento e colocares tudo num papel, ajudando-te a clarificar as ideias. E depois coloca as tuas intenções para o tempo novo que aí vem, para os novos ciclos que se inauguram com esta nova estação. Acende uma vela, como símbolo deste período luminoso em que estamos a entrar, e faz uma breve meditação, pede o que te vem na alma, aquilo que te fará feliz. Aproveita toda a conjuntura astral que vivemos, primeiro com a Lua Nova em Sagitário, no dia 18 de dezembro, depois com a entrada de Saturno em Capricórnio, dia 20 de dezembro, depois de quase 30 anos desde a última vez, e agora o Solstício, a 21, e expressa todos os teus desejos e sonhos, para que eles possam ter concretização e se tornar uma realidade. Saturno em capricórnio, que ficará cerca de 3 anos, pede-nos tempo, responsabilidade e foco, por isso estes próximos meses vão ser seguramente exigentes, mas também vão permitir que nos agarremos mesmo ao que queremos transformar e criar. Deixo-te algumas questões que poderás escrever na tua folha de papel. O que agradeces neste ano de 2017? Que imagens te saltam à memória? Que emoções viveste? O que te surpreendeu? O que te desiludiu? O que é que gostavas que se tivesse materializado e ainda não conseguiste realizar? Se possível lembra-te do que foi significativo em cada mês e agradece os melhores momentos e aprendizagens que tiveste em cada um deles. O que é que queres deixar em 2017, que não te fará falta no próximo ano? (Podem ser pessoas tóxicas, situações,relacionamentos, doenças, o que entenderes que já te fartaste e não precisas mais) O que é que queres que 2018 te traga? (Faz uma lista, ajuda-te a dares foco ao que queres realizar e se possível acrescenta imagens para te empoderar os teus desejos). O que é que estás disposta a criar na tua vida nesta nova estação? (atitudes, comportamentos, experiências, aprendizagens) e o que precisas mudar em ti para te abrir em plenitude para esta nova fase que agora começa? Aproveita este portal de luz, esta nesga de esperança que nos traz este Solstício e ama, ama muito o que tens de mais puro e autêntico, a tua eterna criança que em ti vive, abraça-a num calor fraterno e ouve o que ela tem para te dizer, que palavras te sussurra ao ouvido! Aproveita esta magia da noite mais longa do ano e abre-te à luz que dela emana! Ana Machado O Porto é sempre aquele lugar mágico onde gosto de voltar vezes e vezes repetidas. Um lugar que me faz sempre sentir em casa, talvez porque já o foi um dia, e por isso essa sensação de acolhimento ser sempre fantástica! Desta vez, regressei com o coração ainda mais cheio e com a sensação de missão cumprida, sendo difícil expressar por palavras o que senti, pois foi de tal modo intenso e repentino que é uma sensação estonteante.
Reparti a minha ação entre workshop de escrita criativa, sessões de coaching e um encontro de mulheres inspiradoras, no Café Rivoli, cruzei-me com muitas delas, cada uma com a sua história, a sua força, a sua fragilidade, a sua determinação e diferença. Cada uma delas tocou a minha alma, à sua forma, através dos seus olhos e das suas palavras, escritas, ditas, ou nem sequer proferidas. Uma sensação de pertença e reconhecimento prendeu-me a cada uma das que me contaram a sua história, uma solidariedade feminina, que me levou a impulsionar o que havia de genuíno em cada uma delas. Ouvi-as atentamente e houve emoções à flor da pele algumas vezes, houve lágrimas e sorrisos, tantos…abraços e agradecimentos, olhares claros que ficaram retidos na memória. A todas as mulheres que comigo se cruzaram e que pude ouvir o seu testemunho, o meu muito obrigada pela confiança que em mim depositaram. Obrigada por terem decidido conhecer-me e ajudar-me a viver o meu sonho, e a divulgar o projeto da Mad About Dreams. Levando na mala o lema do Walt Disney “Se tu podes sonhar, tu podes realizar”, constatei mais uma vez, que quando se quer muito alcançar algum sonho, não há entraves que nos bloqueiem, porque há sempre forma de lá chegar, ainda que haja sonhos que nos cheguem sem sabermos de onde ou porquê…Sigamos com eles por aí! Como dizia o Sebastião da Gama «pelo sonho é que vamos», e enquanto houver força, vontade, energia e motivação, quero que este eco de esperança e otimismo se espalhe pelo mundo, que se multipliquem as vozes que acreditam que podemos viver num mundo melhor. Só conseguimos fortalecer-nos com o amor, pelo amor, chegando aos corações de cada um. Remando contra a maré da superficialidade, das relações artificiais, e de pouca sustentabilidade, sigo com o meu barco enfrentando as tempestades, as caras feias e as maldades deste mundo, sabendo sempre como diz o poema de José Régio, que há caminhos que eu não quero para mim e que digo alto e bom som, “Não sei para onde vou, Sei que não vou por aí!!”. Ana Machado Há muito tempo que aqui não escrevo, é verdade…o que é feito da minha disciplina? Com a chegada do verão decidi que era tempo de abrandar e o dever cedeu ao prazer, ao usufruto do momento, as palavras deixaram de brotar, porque ficaram encantadas com tudo o que se viveu, num tempo lento, muitas vezes calado, ao sabor do vento, enternecidas pelas paisagens que os olhos captaram. Mas, este fim de semana fez-me romper esse mutismo, porque foi tão intenso que não posso deixar passar sem o partilhar convosco… Estes últimos dias têm sido de grande mergulho interior na minha alma através do riso, da meditação, de rituais, de dança, da música, libertando-me das prisões do passado. Hoje nasci grávida de mim e sei que o céu é o limite para tanto amor que sinto a brotar e transbordar. Celebro a vida e deixo para trás tudo o que não me serve mais. Entrego-me a esta luz que me guia e deixo as amarras, os padrões e as crenças limitadoras no tempo fora de mim. Percebi que transporto comigo a luz da minha alma e sou responsável pela sua sabedoria. Cada dia, cada momento, eu posso, eu devo, eu consigo renová-la. Três dias em que a energia esteve alta e à solta, sem comandos, nem disciplina, em que me permiti simplesmente ser, voar, dançar, saltar e rir, levando o meu corpo a nascer de novo. No workshop «Awakening», na Feira Alternativa de Lisboa, confiei no profissionalismo de Paulo Shiva, da Escola do Amor, e deixei-me levar por essa viagem interior, onde interagi com pessoas nunca vistas, com total à vontade, rodopiando ao som da música, como se ninguém estivesse a ver, isenta de julgamentos ou de pressões, soltando a minha criança interior, que vibrou com tanta vontade de sair cá para fora. O corpo liberto, parecia outro, com outra forma e outra postura e o renascimento seguiu-se logo após uma viagem à nossa vida uterina, onde foi possível reproduzir todo um novo começo, um crescimento e uma libertação de dogmas e de pressões. O movimento do corpo fez-me regressar à infância, quando eu podia de facto cantar e dançar de forma alegre e descontraída, sem que ninguém pudesse reclamar disso ou colocar rótulos. Percebi que através da dança nós podemos perceber quem somos de verdade, sentir a nossa verdadeira essência e manifestá-la com todo o nosso ser… Depois, seguiram-se olhares que se demoraram em outros olhos, mergulhando na alma dos que nos cercavam, desconhecidos que tinham tudo igual a nós, humanos que miravam outros humanos… como podia ser tudo diferente se nos detivéssemos mais tempo nos olhos uns dos outros procurando a nossa verdadeira natureza…? No dia seguinte, a gargalhada invadiu o Fórum Lisboa, no Congresso «Rir é Saúde». Encontrei a minha tribo, aquela que acredita que rir e brincar não é apenas exclusividade da infância, aquela que não se julga, nem estranha, aquela que acolhe e incentiva, em que a loucura é sempre saudável e com um propósito maior. Foram horas de dores na barriga, não de aflição, mas de prazer, em que se seguiram várias sessões e workshops sempre inspirados e vibrantes, magnéticos e desafiantes. Não fôssemos nós quase todos líderes do riso e não teríamos aguentado tanto tempo naquela vibração. Aprendemos sempre muito com estes eventos, conhecemos pessoas novas, trocamos experiências, e percebemos que o riso é mesmo fundamental para curar as maleitas do corpo e da alma. Tocamos em cada um que passa por nós e mais uma vez os olhares se fixam nos dos nossos companheiros de gargalhadas, a ponto que as emoções falam mais alto e os sorrisos dão lugar a olhos transbordantes, mas de água salgada… porque a emoção não pode ser entupida e tem de sair. É preciso libertar, limpar, cuidar! O riso que é uma libertação da alma, é apenas a porta de entrada para as várias dimensões do ser, queremos ir cada vez mais fundo, chegar à alma e … até chegamos meditamos, inspiramos, dançamos e até cantamos. Por fim, um dos momentos mais bonitos e inspiradores do fim de semana: O Ritual do Útero, que recebi da Helena Pereira. Trata-se de um ritual de limpeza e empoderamento feminino que resgata o sagrado na mulher, abençoando o seu útero como lugar de criação e de divino. Foi transmitido ao ocidente por Marcela Lobos, após a mesma o ter recebido pelas mulheres da Amazónia. É considerado o 13º rito do Munay-Ki. É um ritual simples, com muitos cânticos e meditação, com pétalas de flores, com um altar consagrado em que as mulheres são abençoadas e protegidas com rosas, enaltecendo o seu poder criativo e expressivo, libertando os medos, as dores localizadas nos nossos úteros, bem como os bloqueios e as opressões. Foram momentos de grande comoção, em que foi possível voltar ao útero da minha mãe pela segunda vez no espaço de dois dias e sentir a proteção, o amor, o cuidado com que ela me carregou durante a gestação. É um ritual que nos cura e enaltece toda a nossa linhagem ancestral de todas as mulheres da família. É um momento de homenagem ao nosso passado e a celebração do nosso presente. Tornei-me oficialmente womb keeper , uma guardião de úteros, podendo fazer a partir de agora este ritual e poder passá-lo às mulheres que o pretenderem. Mais um passo a dobrar, para a minha autocura e potenciar a minha missão de inspirar, motivar e encaminhar. A felicidade não cabe em mim…sinto-me renascida…outra Ana nasceu este fim de semana… e é tão bom, quando sentimos o fim dos ciclos como aprendizagem e o começo de outros para crescermos ainda mais… o que ficou para trás é já passado…toca a viver! Costumo dizer que para a frente é que é caminho, por isso são estes momentos que nos fazem descolar e crescer…sempre…sempre!!!! Ana Machado Seguindo o desafio da Raquel Cristina do Blogue The Brunette's Tofu, que criou o Movimento «Solta o GirlPower que há em ti», falo-vos hoje da importância que tem para mim, a motivação e o empoderamento feminino. Sou criadora de um projeto pessoal chamado Mad About Dreams, que tem como objetivo, motivar, inspirar e potenciar a realização dos sonhos, através do coaching e exercitar a criatividade pela escrita e pelo riso. No projeto da Mad About Dreams há uma vertente que promove diariamente essa motivação, esse olhar para dentro e sobretudo esse ponto de contacto entre mulheres, que é feito através de um grupo fechado no facebook designado Mad About Dreams para Mulheres Inspiradoras. Porque acredito que todas nós podemos ser inspiradoras e sobretudo darmos forças umas às outras, reforçando os nossos laços femininos, em vez de nos vermos como concorrentes e inimigas, promovo diariamente nesse grupo esse sentimento de que juntas podemos ir mais longe, mais seguras, mais determinadas e também mais apoiadas por nos revermos na história de vida de tantas mulheres. Neste sentido, considero-me uma militante diária do « Movimento «Solta o GirlPower que há em ti» e nesse sentido gostaria de salientar o trabalho e ação de outras mulheres, que considero notáveis no nosso país, por incentivarem a visibilidade das mulheres no mundo do empreendedorismo e do trabalho, falo de Sandra Isabel Correia, com o seu projeto Women’s Club; falo-vos da blogger Paula Cordeiro, do blogue Urbanista que realça constantemente a necessidade de nós vivermos com o corpo que temos sem culpas, assumindo quem somos; falo de Vera Luz, que concilia um trabalho ligado com o desenvolvimento pessoal e espiritual; falo de Sandra Ribeiro na área do Coaching, com o seu projeto Walking Mind, entre o de muitas outras mulheres que têm potenciado um mundo de mais oportunidades para todas nós, e que são uma autêntica fonte de inspiração diária. Como eu vivo este movimento? Diariamente, através da minha missão e propósito de vida, que consiste em motivar e inspirar pessoas, promovendo o seu desenvolvimento numa melhor versão da sua vida, impulsionar sonhos através de estabelecimento de metas e objetivos usando os seus recursos intelectuais e habilidades para alcançar resultados extraordinários na sua vida pessoal e profissional. Empoderando mulheres, realçando a sua confiança e competência e a sua matriz feminina. Através da criatividade, que me invade o pensamento e me apoia no desenvolvimento dos workshops que desenvolvo; do amor que coloco nas pequenas coisas e que me permite ajudar, apoiar, ouvir e estimular quem me procura e necessita de uma palavra de incentivo, através da minha escrita, em que reforço a motivação que quero transmitir. Apoiando causas sociais e humanitárias e animais que contribuam para um mundo melhor. Promovendo o entendimento entre as pessoas, vivendo os valores da paz, do amor e da amizade. E tu queres juntar-te a este movimento? Faz um pequeno post com uma imagem tua e diz qual é a tua missão de vida, postem no vosso blogue ou instagram, «Movimento Solta a Girlpower que há em ti». Não te esqueças do #hastag. Ver blogue da The Brunette's Tofu in: thebrunettetofu.blogspot.pt/search?q=miss%C3%A3o Grupo Mad about Dreams para Mulheres Inspiradoras www.facebook.com/groups/697695000403858/ No projeto da Mad About Dreams, há uma vertente que considero valiosa e essencial, que é a solidariedade e a contribuição. Acredito que quando damos desinteressadamente, com alma e entrega, o universo um dia devolve, em amor, em respeito, em reconhecimento, em valorização pessoal, em alegria. Por isso é importante transmitir estes valores, partilhá-los com quem queremos motivar no dia dia, contagiando positivamente as outras pessoas, num mundo que está cada vez mais individualista e virado para si, para o que não tem, para o que quer ter…para as coisas materiais. Neste sentido, achei interessante criar um grupo no facebook para Mulheres Inspiradoras, que contemplasse entre os seus propósitos de partilha, motivação, empoderamento e desafio, também esta vertente solidária, pois quando trabalhamos para uma finalidade comum, colocamos as nossas energias em algo maior do que nós, alargando os nossos horizontes sobre o mundo, que tantas vezes limitamos e balizamos, centradas que estamos nos nossos próprios mundos internos. Se percebermos que juntas podemos ajudar a construir uma sociedade melhor e mais justa, esse trabalho transformador, pode ser o leitmotiv para a nossa ação, para sairmos de uma depressão, para abandonarmos crenças limitadoras, e reforçarmos a nossa confiança e autoestima. Por todos estes motivos, decidi que era útil uma iniciativa solidária que pudesse ser o motor de arranque para envolver as pessoas neste movimento. Logo que senti este desejo, procurei imediatamente, algumas pessoas que me ajudassem a realizar esta ideia, e no mesmo dia falei com a pessoa certa, a Cidália Godinho, da Associação Portuguesa de Reiki, que desenvolve entre outras atividades, Coaching, Leitura de Aura e facilita Cursos de Reiki e retiros, que prontamente aceitou o desafio. Foi assim que nasceu a ideia de fazer um Passeio dos Sentidos Solidário que revertesse a favor de uma instituição. O sonho tomou forma e extravasou o grupo das mulheres inspiradoras, alargando-se a mais pessoas que se juntaram a nós. Hoje o sonho realizou-se, com o Passeio dos Sentidos Solidário, na Penhinha, Sintra, e juntos contribuimos para ajudar a alimentar os animais da União Zoófila. Contou com um passeio à floresta encantada da Peninha, onde desfrutámos do silêncio e do contacto com a natureza, com os cheiros, os sons dos pássaros e a envolvente mística, de uma névoa leve e húmida. Embrenhados na floresta, desfrutámos do momento, sem pressas, contemplando o que nos rodeava. Houve tempo também para o riso, através de uma breve demonstração de exercícios de yoga do riso; de partilha de situações de vida através da escuta ativa e incentivo, entre outros momentos. Sem dúvida, foi um passeio que nos permitiu descomprimir, aliviar a carga da semana, respirar fundo e ainda sermos solidários. Não podia ter sido mais gratificante. Futuramente, esperamos que iniciativas deste género se repitam, que voltemos a abraçar uma causa solidária, participando através de uma iniciativa, que envolva trabalho voluntário, reunião de donativos ou géneros. Porque o sonho comanda a vida, há que ajudar a concretizar e a tornar o mundo um sítio melhor! Ana Machado A falta de perdão é um dos “pecados capitais” da nossa instabilidade emocional, o qual muitas vezes por medo de fraqueza, por orgulho ou medo de exposição preferimos não aceitar, ou não pedir. E na verdade, quem continua preso a essa ideia, a essa pessoa, a essa situação? Sempre nós, não é verdade? Quantas horas, quantos dias, quantas noites mal dormidas não despendemos da nossa vida a querer esquecer algo que não há maneira de apagar, porque ali está a morder, a consumir-nos, a deitar-nos abaixo, a remoer naquele discurso viciante e angustiado da mente. Mas nós perdoar? Ah isso não! Porque não dá jeito, porque não... porque isso era dar o braço a torcer, porque isso nos vai fazer doer…era o que faltava… ora, logo aquela pessoa, aquela situação que nos magoou tanto… Mas, essa é uma escolha nossa. Preferimos acabar com isso para nos libertar? Ou preferimos manter essa cruz no peito, esse ódio a germinar e a dar frutos dentro de nós? Preferimos manter o discurso das vítimas, dos coitadinhos, dos enganados, burlados, magoados e injustiçados, ou aceitar que os outros não souberam fazer melhor, ou têm outras limitações, outros padrões, outra educação, ou que desconhecemos os motivos que os levaram a ter determinadas condutas? Perdoar não significa que aceitemos novamente na nossa vida essas pessoas que nos magoaram, que nos humilharam, apenas que aceitámos o que aconteceu e que queremos seguir em frente libertando-nos, com o coração leve porque deixámos ir toda a raiva acumulada, todo o ressentimento, todo lixo que deixámos agarrado em nós. Deixo-te agora com uma sugestão, que só aceitas, se quiseres e se estiveres interessado (a) em te libertar, obviamente. Escolhe uma pessoa ou uma situação que te esteja a incomodar a tua paz de espírito. Fecha os olhos, concentra-te nisso e questiona-te:
Fico à espera dos teus comentários, das tuas experiências, dos teus processos de aceitação e perdão. Ilumina-te com tudo o que te aconteceu…é mais uma aprendizagem para seguires em frente! Ana Machado O tema de reflexão deste post é dedicado ao delicado assunto do “dar e receber”. E chamo delicado, porque nós mulheres, temos o péssimo hábito de sermos doadoras em excesso, e por isso a tendência natural é para darmos mais do que recebemos nas nossas relações, sejam elas amorosas, de amizade, profissionais ou outras. E isso faz-nos sofrer, muitas vezes em silêncio, por não nos sentirmos em equilíbrio. Mas, se invertermos a questão e perguntarmos, e nós sabemos receber? A verdade é que muitas de nós responde que não está recetiva para receber nada dos outros, como se fosse algo que diminuísse a sua condição.
Este facto é algo que trazemos connosco das nossas ancestrais, dos nossos códigos culturais, se percorrermos o historial das mulheres que nos moldaram, verificamos uma herança de valores transmitida por mães, avós e bisavós, em que o correto era que a mulher desse e servisse através dos seus papéis de esposa e de mãe. «Mulher que é mulher deve servir», foi isto que foi passado de geração em geração, durante séculos, e por todos esses factores, apesar de todo o progresso e modernismo, há traços de caráter e atitude que dificilmente conseguem mudar entre nós, sentindo-nos por vezes num plano de contradições. O coração pede uma coisa e a mente outra. Por isso nós mulheres, que fomos criadas para esses papéis de doadoras temos tanta dificuldade em admitir um “Não” aos outros, preferindo tantas vezes sacrificarmo-nos e darmos o que temos e não temos, mesmo que esgotadas. Aprendemos a não saber receber, porque isso pode representar vulnerabilidade ou fraqueza. E no entanto, isso não tem nada a ver, pois podemos ser fortes e estarmos disponíveis para receber o que nos dão. O que aqui importa salientar é a importância do conceito de reciprocidade em toda as relações, se eu dou, eu também devo receber. Se nós passamos a vida a dar, dar, dar e não recebemos nada de volta, com a mesma qualidade que demos, algo está errado, e é necessário analisar como estão os pratos dessa balança, quase sempre desequilibrados pela falta de reciprocidade. Estas situações devem ser analisadas sobretudo em casos em que não pode existir amor incondicional, como é o caso das parcerias amorosas, sob pena de se tornar um conceito subversivo e destruir a autoestima e a identidade do excessivo doador. Nesses casos, para que sejam relações de sucesso é importante que haja uma dose equilibrada entre “o dar e receber” para que não existam na nossa história nem vítimas nem algozes. Como temos um instinto maternal, outro erro em que frequentemente caímos é o de encarar as fragilidades dos outros como algo que devemos proteger, e nesse sentido, sentimo-nos super mulheres com o poder de levantar os outros do chão e acolher as suas dores, achamos que se cuidarmos das suas feridas, os outros vão gostar mais de nós e ter mais respeito, quando na verdade o que estamos a fazer é a torna-los reféns e dependentes desse excesso de amor protetor. Damos para poder receber, porque criamos na nossa cabeça a fantasia de estarmos a salvar os outros de si próprios. Quando percebemos que eles não têm a capacidade, a vontade ou o interesse de devolver esse amor que nós lhes damos, a tendência natural é ficarmos muito tristes, amarguradas e julgarmos de pouco agradecidos os que foram protegidos por nós. Mas, a verdade é que os outros até podem ser sugadores de energia e terem um efeito negativo sobre nós, mas fomos nós que criámos uma ideia distorcida de lhes agradar, fomos nós que demos em demasia, esperando que nos fosse retribuído o que esperávamos. É altura portanto de parar um pouco e refletir sobre este tema e perceber se está a existir esse equilíbrio nas nossas vidas ou estamos nós a forçar um dos lados, e compreender de que modo nos estamos a sabotar, por isso não devemos ser nem demasiados doadoras, nem incapazes de receber, nem vivermos só à espera do que nos dão. Enquanto não existir esse meio termo, esse olhar para dentro e averiguarmos a nossa responsabilidade nas nossas relações, vamos andar sempre à volta do mesmo, da queixa e da lamúria, a atribuir a culpa aos outros, e fazermo-nos de vítimas inocentes. É hora de agir e parar o padrão que temos arrastado ao longo da vida e fazer algo de novo e diferente. Queres resultados diferentes? Toma novas atitudes! Ana Machado Hoje venho falar-vos da Procrastinação, síndroma que todas nós, de vez em quando, sofremos, e que é nada mais, nada menos, do que ter a tendência para adiar constantemente uma tarefa, uma decisão, uma reflexão, empurrando as mesmas para o dia seguinte, ou para uma ocasião mais propícia, e a verdade é que os dias vão passando, os prazos vão-se arrastando e nada se faz sobre o assunto. Para justificar o sucedido dizemos que não estamos preparados, ou que não estão reunidas as condições ideais, inventamos sempre as melhores desculpas para validar a nossa falta de ação. Consegues rever-te nesta situação? É um padrão na tua vida, ou uma situação pontual? Sabes o que te está a impedir de agires? O que sentes por te veres enredada numa teia que te bloqueia? Tens dificuldade em estabeleceres prioridades na tua vida? Chegas constantemente atrasada a compromissos ou nunca consegues cumprir um prazo estabelecido anteriormente? Se este é o teu caso, o coaching pode ajudar-te a entenderes as razões que te levam a adiar sistematicamente tarefas ou situações, permitindo-te estabelecer metas realistas que consigas cumprir, planear melhor a tua vida e as tuas tarefas e identificar claramente as tuas prioridades e gerir melhor o teu tempo. Neste sentido, o coaching pode ser uma ferramenta de autoconhecimento essencial para estes casos, porque muitas vezes o ato de adiar constantemente situações e decisões, podem ter razões mais profundas, que nem sempre temos consciência, permitindo-nos perceber que emoções são despertadas pelo ato de procrastinar, e o modo como lidamos com elas, pois muitas vezes essas situações são uma autossabotagem da nossa mente, produzida por algo que nos condicionou nesse sentido. Quantas vezes nós não evitamos fazer algo, porque uma experiência anterior nos deixou marcas de fragilidade? Logo a reação mais comum, quando repetimos alguma experiência semelhante é congelar, não agir, adiar, remetendo a mesma para uma altura em que nos possamos sentir mais capazes de lidar com essas emoções, que vêm ao de cima novamente. Se este síndroma está a começar a ganhar contornos insustentáveis na tua vida, seja na área profissional ou pessoal, o que te posso propor é que tentes começar a fazer algo sobre o assunto, nem que seja dares um pequeno passo em relação a isso. Se tiveres essa iniciativa, que para ti até pode ser bastante pequena, essa ação será como uma engrenagem, levará a que tudo se mova e agilize, ainda que seja ao teu ritmo e ao teu tempo. Se por acaso, estás com um desafio de organização de papelada, de organização doméstica, ou um trabalho académico que necessita urgentemente ser acabado, não te deixes assustar pela tarefa na sua globalidade. Decompõe-na em pequenas ações e tarefas, faz um plano à semana, à quinzena, ao mês, e começa aos poucos a engrenar na sua realização. A motivação surgirá a partir do momento em que começas a ver coisas a serem solucionadas e resolvidas. Mesmo que a tarefa seja particularmente complexa, acredita que, com o tempo e a planificação adequada, tudo se consegue e tudo se faz, etapa a etapa, chegarás lá. E depois de cada meta estabelecida, e da tua ação cumprida, celebra a sua realização, faz algo para te mimar e te fazer ganhar confiança nas tuas capacidades. Podes também inventar estratégias que tornem a ideia de planificação das tarefas algo mais divertido e criativo, podendo arranjar um planner, daqueles bonitos que se vendem agora nas lojas, onde podes distribuir as atividades a desenvolver, colocar uns post-its coloridos, usar umas agendas com um design sugestivo, um quadro fixo onde assinalas as tuas tarefas diárias ou semanais, num local da casa ou do escritório, bem visível, colocar toques no telemóvel com lembretes ou mensagens a dizer o que tens de fazer ou com palavras de encorajamento e motivação para que faças as mesmas com mais positivismo. Tudo vale quando queremos dar o nosso melhor e provar a nós mesmas que conseguimos superar esse síndroma, que tantas vezes nos bloqueia e impede de viver dias melhores e fantásticos. Eu sei que depois de leres este texto já te sentes mais motivada, por isso o meu desafio é que comeces esta semana mesmo aquela tarefa que há tempos vens adiando ou que ganhes coragem para ir para a frente com determinada decisão. É hora, é agora, vamos lá! Ana Machado Abril já está a terminar e foi um mês verdadeiramente mágico que me provou que quando queremos, nos focamos e nos alinhamos com o nosso propósito podemos estar a abrir as portas para um portal maravilhoso, uma espécie de mundo de Alice, uma realidade paralela, o que lhe quiserem chamar. Quem me ler, poderá pensar, “pois, para ela até parece fácil, mas para mim não é” ou até podem se interrogar, “ que raio de droga será aquela que ela anda a tomar que parece ser tão boa?” E o que vos posso dizer, é que de facto não se trata de uma droga, mas de uma vivência, de dois anos (faz dia 1 de maio dois anos que comecei a minha paixão pelo Coaching, quando fiz a Certificação) e neste período tenho aprendido muito sobre mim, sobre os outros, tenho apostado muito em formações de Desenvolvimento Pessoal, tenho feito sessões de Coaching a várias pessoas, tenho investido em leituras e tenho integrado muitos conhecimentos e teorias ao longo deste tempo. Se não tive desafios ou obstáculos ao longo deste caminho? Claro que sim, que os tive, e ainda os tenho, faz parte da minha condição humana, mas estou mais consciente que tenho uma opção a tomar e por isso, tenho aprendido que o melhor a fazer é escolher sempre o que me faz feliz, o que me pode empoderar e motivar, o que posso fazer melhor. É isso que me guia e me orienta e por isso todos os dias eu escolho o caminho mais difícil, o de perseguir, o de levar o barco para a maré revolta e lutar contra a força das vagas que me querem arrastar às vezes para a margem, em vez de navegar calmamente na corrente. No mês de abril, movida pelo entusiasmo que me tem invadido e me tem feito sentir em estado de graça, comecei a dar-me conta que o universo estava a premiar-me com dádivas muito generosas, vendo-me de repente a fazer uma palestra para uma audiência sobre Motivação no Dia Mundial da Saúde, a 7 de abril; a fazer workshops de escrita criativa e a levar a minha “Palavra Viajante” até ao Porto; a fazer rir pessoas com o Yoga do Riso; a conhecer mulheres espectaculares e inspiradoras em grupos de networking e a ter feedbacks fantásticos de muitas mulheres que seguem o Grupo da Mad About Dreams para Mulheres Inspiradoras no Facebook, através de palavras e muitos abraços. Escrevo este post não para me gabar ou achar que sou melhor que as outras, nada disso, escrevo-o para agradecer toda esta fase que estou a passar e me provoca uma enorme sede de viver, de agradecer, e de me sentir inspirada todas as manhãs. Se a minha vida é perfeita? Claro que não, mas eu escolhi utilizar umas lentes diferentes que me fazem ver as frustrações a diminuírem, as lamentações sobre o que eu não tenho ou não consigo ter, a perderem a sua voz lastimante e a ganhar equilíbrio sobre as coisas. O resultado, e é por isso que estou a partilhar este testemunho contigo, é que este trabalho diário começa a dar frutos, pois quando tu mudas, tu começas a ver tudo a mudar à tua volta, como se fosse uma resposta do próprio Universo, e isso não tem pagamento possível, porque é verdadeiramente fantástico. Por isso, se o meu abril foi mágico, tu também podes começar a ter uma vida mágica, desde que o queiras, acredites e te comprometas todos os dias a fazer algo que te alinhe com esse propósito…todos os dias, continuamente…estou certa que vais ver esses resultados a que me refiro, porque a magia só acontecerá se ACREDITARES nela TODOS OS DIAS! GRATA, GRATA, GRATA, GRATA por este abril maravilhoso! Ana Machado Há dores para todos os gostos e feitios, dores do corpo, dores físicas que se instalam e nos degradam o bem-estar e qualidade de vida, dores que não entendemos e chegam de mansinho, anunciando que estão ali a ganhar terreno. Dores de partes do nosso corpo que nunca sentimos antes e nos surpreendem pela forma como surgem. Mas tudo tem explicação, porque o nosso corpo sabe tudo o que acontece connosco, ele tem uma história que nos acompanha, onde acumulamos muita coisa na nossa vida, sofrimento, cansaço, desgaste, e um dia, quando mal esperamos, começamos a queixar-nos e o nosso físico começa a dar sinais. Mas, se as dores físicas nos podem deitar abaixo, porque nos fazem sentir impotentes e completamente vulneráveis, sujeitas a um diagnóstico médico, a um processo de tratamento e de cura, há outras dores, que chegam matreiras e nos podem apanhar desprevenidas e são tão ou mais difíceis do que as físicas, falo-vos das dores da alma ou da mente. Muitas vezes, negamos as emoções e preferimos entrar em estado de negação, mentindo a nós mesmas que está tudo bem, e que aguentamos, afinal nós somos fortes. E depois, vamos calando mais um dia, aturando um chefe que nos desconsidera, um colega prepotente, um casamento ou relacionamento desgastado pela ação do tempo, a família que não nos entende, o trabalho que já não conseguimos gerir, e entre as pressões do dia a dia, vamos empurrando com a barriga os dissabores e as frustrações, colocando uma venda diante dos olhos para não ver, deitando tudo o que não gostamos debaixo de um “tapete” imaginário, para não sentir, para ter forças para prosseguir. E no entanto, as nossas emoções vão-nos segredando coisas, vão deixando pistas que não queremos perceber. Mas, na verdade nós não somos super mulheres E depois um lindo dia, sem perceberes desmaias, a tua tensão descontrola-se, o teu coração começa a acelerar, não consegues respirar e começas a ter crises de ansiedade e pânico, tudo porque não foste a tempo de gerir as tuas emoções e resolver o que te incomoda. Se queres um conselho, nunca, mas nunca mesmo te deixes arrastar ao limite, pois arriscas-te a ter um esgotamento, uma depressão e a ter de tomar a maldita medicação, que te vai fazer inchar e sentir-te atordoada pela vida. Tu tens escolha, portanto vê o que podes fazer antes de chegar a esse ponto de saturação e resolve, nem que seja dentro de ti, o que precisas fazer para não chegares ao limite, não te deixares sugar pelos dias, pelo cansaço extremo e pelas coisas que não consegues ultrapassar. Se não, um belo dia chegas ao médico e a resposta é : «o seu corpo está deprimido e vou receitar-lhe uns antidepressivos para voltar ao seu normal». Se este é o cenário em que te encontras e sentes que não tens solução, o meu conselho, porque já tive alturas em que me senti assim, é que comeces a abrandar as coisas na tua vida e a preencher os teus dias com algo que te acalme e te preencha, seja uma ida ao ginásio, fazer Yoga, Meditação, Reiki, contemplar uma paisagem, ou simplesmente ter alguém com quem possas falar e te ajude a ver as coisas sob uma perspetiva diferente, e se possível começa a introduzir na tua vida novos hábitos, novas experiências. Escrever também pode ser bastante terapêutico, arranja um diário e escreve tudo o que te incomoda, liberta! Independentemente do problema que possas possuir na tua vida atualmente, a única coisa que te posso garantir é que o tempo ajuda muito, por isso deixa-o passar, aceita-o! Nem sempre os processos em que nos encontramos de gerir as nossas dores internas são instantâneos, nem simples, por vezes podem resolver-se em semanas, outras em meses, ou até anos. Não te deixes ir abaixo por isso. Aceita a tua dor, equilibra-te com o que tens à tua volta de bom, ainda que tendo momentos em que a sintas a apertar por dentro. Não a cales, sente-a, «dá de beber à dor», como diz o fado português, permite-te chorar, se te alivia, mas depois entrega-te a novas experiências e sensações e foca-te no que te faz bem. Não te esqueças nunca que a tristeza é um vício, não a alimentes em excesso. É esse diálogo entre a dor e o entusiasmo que te abre o caminho à tua frente. Por isso faz o teu percurso ao teu ritmo, sem pressas, demores o tempo que demorares, o que importa é que chegues onde pretendes. Como diz o escritor C. S. Lewis «Ser forte não é ser imune à dor, mas seguir adiante apesar de senti-la». Muita luz e esperança no teu caminho. Ana Machado O terceiro dia é dedicado a outros abraços próximos, à conversa que é preciso pôr em dia com amigos que fazem parte da minha história e do meu percurso. O dia amanhece cinzento, como são os dias típicos desta cidade, com cheiro a humidade e a neblina. A temperatura desce e um casaco a mais apetece. Prolongo o passeio até à Cantareira e tenho acesso a um outro aspeto da cidade, mais calmo e tranquilo do que o agitado centro urbano, onde se pode ver o rio mais próximo da foz, enquanto se saboreia um café numa esplanada. Passam-se três dias num ápice e é tempo de regressar, trago na bagagem uma enorme gratidão, uma energia que me percorre o corpo e me faz pensar que precisamos de paragens para carregar baterias, sair das rotinas e entregarmo-nos a atividades que nos preenchem e nos devolvem o retorno do quanto andamos a dar de nós. Regresso a Lisboa serena, com a certeza que logo que possa irei voltar… O segundo dia Ao deambular pelas ruas e deixar-me levar, dei conta que o Porto tem estado mesmo a mudar. Imensas coisas novas, lojas diferentes, ambientes que dá vontade de invadir e ficar um pouco. Percebo que nunca tinha estado no Porto com este espírito de descoberta e de criatividade, já não sou uma turista que consome os locais para colocar um check à frente, sou uma viajante que se permite ficar nos locais o tempo suficiente para perceber um pouco sobre eles e sobretudo para os sentir. Procuro locais agradáveis, pouco apinhados neste Porto cada vez mais turístico, apenas com o fito de escrever livremente. Agora estou a viajar para escrever, em vez de andar a correr, apressada porque o tempo é sempre pouco e nos escapa, quando é escasso e há muito para fazer. Que sensação maravilhosa a de inverter as dinâmicas. Vou até aos Aliados, subo a rua de Ceuta e demoro-me no Café Ceuta, um antigo café do Porto que ainda mantém as características antigas, dos cafés da cidade, geralmente salas grandes, de tetos altos, com mesas redondas ou de madeira. Aproveito para escrever um pouco e beber um café. Confraria Vermelha- Livraria de Mulheres Sigo em direcção à rua de Cedofeita e procuro a rua dos Bragas. No dia anterior informaram-me da existência de uma livraria de mulheres chamada Confraria Vermelha, situada na rua dos Bragas, nº32. Mas, quando chego até lá percebo que a mesma só abre às 13h00 e ainda são só 11 horas da manhã. Tiro umas fotografias à montra, com fotografias de mulheres escritoras e frases inspiradoras e alguns livros. Gostava de conhecer a história da mulher que teve esta ideia magnífica. Mas, o tempo não me permite voltar à loja. Café Noémia da Costa Pinto Desço novamente para a baixa e sigo para o Café Noémia da Costa Pinto. Um espaço agradável localizado na rua Formosa, nº386, no primeiro andar. Quando se sobe as escadas de madeira e se acede ao espaço, temos a sensação de estar a viajar no tempo e de entrar na sala de estar de uma casa antiga, decorada em estilo de anos 30. Longos sofás em pele e em veludo, vermelho e verde, mesas redondas de tampo de mármore, com pés em ferro trabalhado, um aparador ao centro, em madeira, e objectos de outras épocas decoram a sala virada para a rua, bastante iluminada. Nas traseiras possui um pequeno jardim, onde se pode tomar um café e deliciarmo-nos com os gatos que por lá andam a aproveitar o dia sossegadamente ao sol, com lânguidos movimentos de sesta e de preguiça. No andar superior existe também uma Guest House. Por não ter praticamente ninguém antes da hora de almoço, é ideal para quem trabalha no computador, possuindo rede wi-fi disponível. Além de ser um espaço sóbrio e elegante ainda proporciona um excelente ambiente para escrever. Decido almoçar por aí sem pressas e aproveito para conhecer melhor Isaura Santos, uma das caras da Brands in Motion, que proporcionou a realização do workshop de escrita criativa «A Palavra Viajante», também ela pertencente ao grupo do facebook da Mad About Dreams para Mulheres Inspiradoras. Esta mulher exala coragem e determinação pelos poros e revela-me durante a nossa conversa a paixão que sempre teve pelo mundo dos livros e das artes, considerando-se uma ativista de causas sociais e culturais. Presentemente desempenha atividades relacionadas com a organização e gestão de eventos e workshops e de networking informal na Brands in Motion. Este projecto nasceu em 2014 e tem como missão apoiar empreendedores e a criação de redes ociais que promovam sinergias entre vários parceiros. A tarde é ocupada a frequentar um workshop «Wordpress, ferramenta para divulgar o teu objetivo» na Cidade das Profissões, com o formador Pedro Fonseca. Conheço este espaço da cidade, vocacionado para a vida profissional e o mundo do trabalho, promovido pela Câmara Municipal do Porto e aproveito para fazer esta formação (todos os workshops são gratuitos e possuem uma enorme oferta), dirigida sobretudo a empreendedores e curiosos na área dos blogs. Consolido conhecimentos e fico a saber mais sobre a construção destes diários digitais. O entusiasmo do formador é contagiante. Finalizado o workshop há tempo para um café e um pastel de nata no café Mercator, na Rua das Flores, que se percebe ser um antigo armazém convertido agora em café. Às segundas e quartas este espaço torna-se também o local indicado para jantar e se ouvir cantar o fado. Prolongo-me apenas o tempo necessário e apresso-me para ir até à Ribeira, pois ir ao Porto sem ir à Ribeira, é como ir a Roma e não ver o Papa. Na Ribeira, cada vez mais turística, deixo-me ficar a observar, com tempo e sem pressas o ambiente que me envolve. Grupos de turismo organizado circulam e misturam-se com os locais. Os guias portugueses contam resumidamente a história deste lugar emblemático, num inglês arranhado, enquanto homens da Ribeira conversam ruidosamente entoando o seu típico sotaque nortenho. Poses, flashs e selfies competem com os melhores sorrisos pelo melhor instantâneo que eternizará o momento na Ribeira. No rio, que corre sempre veloz em direcção à foz, como se tivesse pressa em chegar ao seu destino, o tráfego de barcos de cruzeiros, é intenso, atraindo cada vez mais um grande número de turistas. Da Ribeira de antigamente, a que eu recordo, já resta pouco, tonando-se numa amálgama de gentes que se apinha. Já não se vêem as crianças a mergulhar no rio, como era típico no passado. Há gente sentada nas esplanadas beberricando um porto gelado ou uma bebida fresca. A tarde convida a um momento de pausa, e ainda que se adivinhe, em breve, a chegada da neblina fresca, ainda se sentem quentes, os raios de sol sobre a pele. Corre um burburinho junto à margem de pessoas que se amontoam a ver o rio, alguém brinca com bolhas de sabão gigantes, enquanto dois noivos pousam para uma foto sem brilho, como se já estivessem baços e gastos, numa moldura pendurada e esquecida numa parede velha. Subo novamente em direcção a S. Bento e dirijo-me ao hotel. Preciso de descansar antes do próximo ponto alto do dia: um círculo de mulheres para celebrar a Deusa, no espaço Shambala. Shambala e o Círculo de Mulheres “Despertar da Deusa” A Shambala localiza-se no 3º andar do nº65 da Rua da Picaria. Subo as escadas e encontro um espaço perfumado a incenso, com uma ambiência calma e serena. As mulheres vão chegando. Conhecem-se, abraçam-se com intensidade e sorriem entre elas, revelando uma cumplicidade já partilhada anteriormente. Eu observo-as enquanto forasteira na cidade e no espaço, mas sinto uma enorme vontade de comungar do mesmo espírito com elas. Ao entrar na sala onde decorre o círculo percebo que se respira uma paz enorme. O altar montado no centro da sala, com elementos da natureza é de uma enorme beleza. Conectamo-nos a ele através daquilo que a ele emprestamos de nosso. O tempo ali vivido afasta-nos da ditadura do relógio e do que se passa no mundo exterior, conecta-nos com um outro mundo mais profundo, em que não tememos revelar a essência do que somos perante os olhos de outras mulheres. Ali naquele momento e naquele espaço o nosso objectivo é ser e sentir o que nos define. A minha dor, é a dor da mulher que me olha e atravessa a alma, a minha luz é a luz que irradia da outra. São momentos mágicos, consagrados ao feminino, onde não existe a competição, a mesquinhez ou a inveja que muitas vezes encontramos no nosso dia-a-dia, sobretudo em muitos universos profissionais onde trabalham muitas mulheres. Enquanto a sessão decorre penso nisso, em como nós mulheres podemos tantas vezes ser tão vis umas com as outras, quando na verdade a nossa essência é a mesma. E com muita compaixão, muita entrega, muita autenticidade, todos os problemas poderiam ser resolvidos. Com o final da cerimónia feminina sinto-me renascida, revigorada. Aquele círculo de mulheres, funciona também como um círculo de cura, de transmutação. Saio para a rua e vislumbro no céu aquela lua cheia poderosa, que polvilha dentro de nós sementes de transformação e mudança, gerando uma enorme agitação interna. Já é muito tarde, fico sem bateria no telemóvel, mas ainda há uma visita para fazer, uma visita importante que me permite recuar no tempo 20 anos, quando era jovem professora universitária e tinha todas as esperanças do mundo a percorrer-me as entranhas. Visito as pessoas que me acolheram nesse período. É bom revê-las, foram muito importantes para mim, para a minha história e desabrochar. Fico um curto tempo, mas aconchega-me muito o afeto com que sempre me recebem. É bom termos pessoas assim nas nossas vidas, generosas, dedicadas, de sorriso e conversa fácil. Retomo ao hotel, exausta de tanta experiência, de tanto enriquecimento. Não há dúvidas que esta visita ao Porto tem sido mágica e um autêntico deambular de palavras e momentos. Fecho os olhos e estou em paz. Ana Machado Dia 1 – A chegada Eis-me de volta ao Porto, cidade em que me tornei uma mulher independente, quando aos 23 anos, recém-licenciada em Antropologia, respondi a um concurso para professora na Faculdade de Belas Artes. Lembro-me que nessa altura chegar à cidade foi um fascínio, era a primeira vez que estava por minha conta, fora da minha cidade e tinha uma enorme responsabilidade diante de mim: ensinar Antropologia numa universidade, quando ainda tinha tanto para aprender. Lembro-me perfeitamente do impacto que senti, quando entrei no auditório da Faculdade de Belas Artes, uma sala enorme, ainda à antiga, com cadeiras de madeira, e ter pensado: “E agora?”. A essa experiência sucederam-se outras, procurando conhecer a cidade num curto espaço de tempo, de modo a toná-la também um pouco minha. Rapidamente dominei o nome das ruas e os itinerários dos locais mais emblemáticos, que ia assinalando numa planta da cidade do Porto que comprara na antiga livraria Sá da Costa, em Lisboa. Voltei sempre ao Porto, de ano a ano, ou às vezes com maior intervalo de tempo, cada viagem geralmente com uma finalidade. Desta vez, percebo que o que me traz ao Porto é um objetivo bem diferente, conciliado com o propósito que tenho vindo a desenvolver no último ano: inspirar, motivar e deixar-me contagiar. Foi com essa intenção que decidi facilitar um workshop de escrita criativa, apetecia-me ir ao Porto para deixar um pouco a marca da Mad About Dreams, estimular a capacidade criativa que cada um de nós tem ao seu alcance. Foi nesse sentido, que depois de uma pesquisa na internet descobri a Brands in Motion e a Isaura Santos, que me proporcionou realizar esse sonho, mais um…o de fazer um workshop no Porto. O céu é mesmo o limite quando nos permitimos sonhar. Nestes dias decidi fazer itinerários alternativos pelo Porto, que me permitissem descortinar uma outra cidade, mais criativa, inspiradora e espiritual, sobre os quais irei dar falar e sugerir para que possam descobrir. Bar Espiga Foi no Bar Espiga que decorreu o workshop de escrita criativa «A Palavra viajante», da Mad About Dreams. Este espaço tem imensas potencialidades, fica situado na Rua Clemente Menéres, 65 A, mas não é algo que salte à vista, nem esteja visivelmente identificado no lado exterior. Dentro do bar existe uma pequena livraria temática sobre viagens, «Muita terra» e ao fundo possui um pequeno terraço onde se pode tomar um café ou beber um copo num ambiente mais fresco e descontraído. Além de acolher eventos e workshops, possui também uma actividade regular intitulada «Viagem ao Mundo (sem sair do sofá)», que funciona como tertúlia e estimula a conversa em torno da arte de viajar. Deixámo-nos levar pelas palavras, pelas conversas sobre escrita e escritores, pelos sonhos que queremos realizar, sobre o que a vida nos impulsiona a fazer. Acabamos a noite entre gargalhadas, num bar perto dos Clérigos, depois de eu pedir uma bebida ao empregado que nos serve: “ Se faz favor, para mim é um tango” , expressão que no Porto usam para uma cerveja com groselha. Ri com a forma como aquele pedido me soou ao ouvido, pois pedir um tango, geralmente sensual e libidinoso a um desconhecido, tem que se lhe diga, sobretudo porque o exercício com que rematámos o exercício de escrita terminava exactamente com uma descrição de um tango. Nada é por acaso, pensei.
Despedimo-nos e celebrámos a alegria de termos voltado a estar juntas. Sabe bem ter pessoas “sol”, assim na nossa vida. (continua) Ana Machado A Primavera chegou e aí está com toda a sua pujança. É tempo de novas esperanças, de sair do casulo do inverno, de novos começos e novos desafios. É a estação de lançar as sementes à terra, de plantar o que iremos colher futuramente. Se queremos que as nossas plantas cresçam viçosas e bonitas, há que investir primeiro no tratamento da terra, adubá-la para a tornar fértil, escolher as sementes que queremos plantar e só depois semear. Tal como acontece na natureza, o mesmo sucede connosco e com os nossos sonhos. Há um tempo para nos interrogarmos sobre o que queremos alcançar na vida, e um momento em que estabelecemos objetivos para realizarmos os nossos sonhos. Mas, entre o momento que plantamos os objetivos e a altura da colheita dos sonhos há um compasso de tempo em que se cuida primorosamente do que se plantou. É nessa fase que devemos trabalhar constantemente a nossa motivação, o nosso empenho, a nossa dedicação, deitando abaixo os medos e as ansiedades e sobretudo ser paciente. Tal como a terra tem de ser regada cautelosamente para que a semente germine e brote, é preciso cuidar dos nossos sonhos com carinho, atenção, foco e persistência todos os dias. Nessa altura, é importante não perder a fé e a confiança, ainda que não se vejam ainda resultados, aceitar que nada é instantâneo na nossa vida. Sempre ouvi dizer que saber esperar é uma grande virtude, por isso há alturas em que parece que nada acontece, nada evolui, nem se revela, apesar de continuarmos sistematicamente a alimentar os nossos sonhos. Este é o chamado «tempo de espera». Nem sempre o aceitamos muito bem, porque queremos tudo para ontem, sobretudo quando sabemos que estamos a dar tudo por tudo, e as situações estão a levar muito tempo para serem realizadas. Quando sentimos que estamos a atravessar um longo deserto que não há maneira de acabar, temos de aprender a lidar com esse «tempo de espera» com uma atitude positiva, paciente, aceitando que por vezes o tempo pode ser lento a manifestar-se, a colocar tudo no seu lugar. Antes que as coisas aconteçam, pode ser necessário arrumar gavetas e arquivar situações do passado, limpar experiências que nos fizeram doer, fazer um reset e começar do zero, para que quando acontecerem nós estejamos realmente preparadas e com uma energia diferente. É por isso que não adianta muito querer que os sonhos se realizem fora do seu tempo, do seu momento, pois não seria saboreado da mesma maneira. Por isso, não te inquietes se sentires que estás há demasiado tempo à espera, não te frustres, nem desesperes, cultiva em ti pensamentos positivos durante esse processo, acalma a mente, tudo se há-de compor na altura certa. Não sintas ansiedade porque o relacionamento que desejavas não chega, porque não consegues o emprego ou a promoção que precisas, porque ainda não é este ano que mudas de casa, ou porque o momento de engravidar ainda não chegou…entre tantos outros sonhos que podes estar à espera.Não tenhas pressa, desacelera o teu ritmo, faz as coisas que te dão prazer e preenchem, abstrai-te das pressões e não desistas, persiste, insiste todos os dias. Quando não esperares, se alimentares a semente, ela germinará e tudo ao teu redor mudará. Nesse dia, em que vires o teu sonho a brotar vais entusiasmar-te e perceber que na vida, tudo tem um “tempo perfeito”. Se o resultado, não for bem aquele que pretendias não te deixes abater, pois os objectivos que estabelecemos muitas vezes não se atingem do modo como idealizamos para que possamos realizar outros. Os chamados percalços do percurso nem sempre são negativos, levando-nos por vezes a situações muito melhores do que as que planeámos, introduzindo nas nossas vidas momentos inusitados que se revelam extremamente interessantes. Por tudo isso, deixa-te ser semente, semeia por onde quer que vás, pois quem bem semear, melhor há-de colher. Tudo a seu tempo, no tempo certo. Boas sementeiras! Aproveitem a Primavera! Ana Machado Todas nós já passámos por alturas na vida em que quando olhamos à volta só vemos contrariedades, dificuldades, problemas, coisas que não gostávamos de ver e nos sentimos miseráveis e tristes, não vendo forma de dar volta à questão e de mudar o rumo das coisas. A notícia boa que te vou dar, é que independentemente do que estejas a passar, da fase negra que possas estar a viver, tudo passa na vida, as coisas mudam, as situações são ultrapassadas, os ciclos fecham-se. Por isso, muitas vezes, para não dizer sempre, somos nós as responsáveis pelas coisas que nos acontecem, ligamos o complicómetro, focamo-nos apenas no negativo, o que nos dá uma espécie de prazer mórbido, sentindo-nos vítimas do destino, como se fôssemos as únicas mulheres do mundo mal amadas, sozinhas, abandonadas por tudo e por todos, ignoradas e infelizes. Há um tempo para tudo, para sofrer e deixar as emoções falarem mais alto e nos entregarmos ao sofrimento e há uma altura em que temos de dizer «Basta!» «Já chega!», porque afinal nós podemos ter um papel ativo no que queremos sentir. Contudo, essa decisão nem sempre é fácil, pois mudar os nossos comportamentos, as nossas atitudes e sobretudo as nossas crenças, que nos limitam e toldam bastante a ação, exige de nós um esforço acrescido. Por isso é importante ver além dos rótulos, do que acreditamos, desbravar caminhos, que muitas vezes têm teias densas e difíceis de desembaraçar. Convém ver as questões que nos angustiam de vários lados e perspetivas e entender como podemos perceber as nossas emoções e torna-las nossas amigas, em vez de sermos constantemente controladas por elas. O primeiro passo que podes dar é movimentar-te. Seja através da dança, da caminhada, da corrida ou do riso, vais estar a oxigenar as células do teu corpo, vais trazer mais leveza para dentro de ti e o movimento traz-te maior energia e cria novas emoções, altera o estado em que te encontravas, e desvia-te dos pensamentos tóxicos e negativos. Nesse sentido, é importante alterar pequenas rotinas no teu dia a dia, experimentares coisas novas, que te façam sentir novas sensações, fazer novos trajetos, introduzir novos hábitos que despertem mais a tua criatividade e o teu foco. Se estás demasiado absorta nos teus pensamentos, procura fazer algo que te interrompa o seu fluxo, sobretudo se estás numa fase em que te sentes desmotivada e sem forças e facilmente és manipulada pelos teus”filmes” internos. Encara os teus medos, nada pode ser tão grave que tu não possas enfrentar, olha as situações de frente e sente o medo a diminuir. Há sempre uma saída para tudo na vida, menos para a morte, por isso não te entregues ao medo, procura sentir-te mais segura ao lidares com o que te aflige. Outra estratégia eficaz é procurar ver o que te incomoda de outro modo, olhar a situação que estás enfrentando de uma perspetiva exterior, retira-te do problema e explica-o a ti própria, como se não fosse teu. Surpreende-te, e percebe como a tua carga emocional pode diminuir. Novas palavras, ganham novos sentidos. Ao veres as coisas de fora, vês tudo com um outro filtro e uma intensidade diferente. Pelo menos experimenta e tenta… Passo a passo conseguirás aos poucos ver-te livre do que te tira o sono e está a dar cabo de ti. Busca novas soluções, novas formas de ultrapassar o que estás a passar, procura fazer sempre algo de diferente, ousa experimentar, tem coragem e persiste. E sobretudo tenta falar com pessoas que já passaram por isso e conseguiram ultrapassar. Sentir-te-ás mais motivada e encorajada para continuar a tua caminhada, passinho a passinho, mas com confiança no teu andar. E sobretudo, começa a sonhar de olhos abertos, a veres benefícios em tudo o que te rodeia, a ouvir o canto dos pássaros, a respirares de forma calma e pausada, a esvaziar a tua cabeça dos problemas. Torna a sonhar como as crianças sonham, dá uma pausa à tua mente. Foca-te em pequenas alegrias, pequenos nadas que ganham um enorme sentido na tua vida. Deixa-te fluir com o tempo, e sobretudo sorri… pois os problemas não se fizeram para durar, mas para serem resolvidos. Ana Machado Esta semana venho falar-lhe de dicas preciosas para viver de modo mais prazeroso e feliz e de aspectos que podem estar a bloquear e a impedir o fluxo natural da prosperidade na sua vida. Por isso, a minha proposta é que aproveite a leitura deste texto para refletir um pouco sobre si e verifique se está permitir que algumas das seguintes situações estão a afetar a sua felicidade.
Espero que estas dicas a ajudem a ter mais momentos de felicidade e bem-estar. Lembre-se que a felicidade é um caminho, mas o caminho faz-se caminhando! Ana Machado Possuir um peer group é nos dias que correm algo que nos confere maior segurança e confiança, por nos revermos em pessoas que nos entendem e falam a mesma língua do que nós, sem nos julgar ou apontar o dedo, simplesmente aceitando-nos. Para quem não sabe o que é um peer group, este é um grupo de referência, de pares, de pessoas que podem ter gostos semelhantes ou estarem ligadas por razões profissionais. Estar integrado num peer group e poder contar com ele é mais do que apenas ter com quem passar o tempo, quando não se tem nada para fazer, é contar com o seu apoio, a sua presença, é partilhar dúvidas, incertezas, é discutir pontos de vista, é encontrar pontos de suporte, sobretudo quando à nossa volta vemos tudo a ruir. São as pessoas que nos questionam e desafiam e nunca nos deixam cair quando estamos mais fracas. São aquelas que nos motivam e inspiram com os seus exemplos de vida e as suas histórias. Somos sempre mais fortes quando estamos em grupo, porque nos “contaminamos” facilmente com a energia positiva que juntas produzimos, com a partilha de ideias e experiências. Juntas crescemos mais do que isoladas no nosso canto, às vezes enredadas em dramas e tristezas. Foi a pensar na importância de criar um peer group feminino e no facto de muitas mulheres que tenho seguido em processos de coaching, se julgarem sós e as únicas a passar por determinados desafios, que decidi criar o grupo da Mad About Dreams para Mulheres Inspiradoras, que funciona a partir do facebook. Apesar de ser um grupo com origem virtual, este é um grupo de mulheres de carne e osso e como tal, têm sido dinamizadas iniciativas para que se sintam mais integradas, apoiadas e se revejam no percurso de outras mulheres com percursos similares. Neste grupo, além de podermos ser nós mesmas sem receios do que poderão pensar de nós, podemos falar abertamente em assuntos e temas que nem sempre as nossas amigas entendem ou conseguem ajudar, por nos conhecerem demasiado bem ou terem receio de magoar os nossos sentimentos. Quem passa pelas mesmas dores do que nós, pelos mesmos medos e incertezas, sabe o que sentimos e mais facilmente pode dizer-nos aquilo que nos dará a alavancagem para ir em frente e acreditar que é possível ultrapassar os obstáculos que encontramos pelo caminho. Funciona como um grupo de reflexão e encorajamento, de apoio e foco nos nossos objetivos, nos temas que precisamos debater e nos inquietam. Estão previstas mais iniciativas mensais para consolidar a estrutura deste peer group, como tertúlias, caminhadas, passeios literários e de escrita, jantares temáticos e lanches. Se te agrada a ideia junta-te a nós e participa no grupo e aparece na próxima iniciativa que for organizada. Junta-te a este grupo de mulheres inspiradoras e fantásticas! Link do grupo: https://www.facebook.com/groups/697695000403858/ Ana Machado Esta carta que te escrevo é para te recordar da mulher maravilhosa que tu és. Há quanto tempo alguém não to dizia, ou tu não o afirmas bem alto e a bom som: «Eu sou uma mulher verdadeiramente excepcional»? O que te impede de o fazeres isso mais vezes? Achas que alguém pode negar a essência única que transportas dentro de ti? Alguém pode ser o teu reflexo no espelho, senão tu? Olha-te nele e mira o que vês, o que encontras e o que sentes…haverá verdade mais perfeita do que essa que contemplas nos teus próprios olhos, carregados de esperança e de vida, de passado, de presente e de vontade de futuro? Vê-te a ti única, exclusiva, sem máscaras, sem padrões, sem limitações. Tu mereces todo o amor deste mundo, mas sobretudo o teu, aceita-te por isso, ainda que com todo o teu manancial de imperfeições, de defeitos, de manias e obsessões. Não te culpes tanto, não te persigas, não te punas. Não te preocupes, não controles, apenas sê tu própria, como és, apostada em que cada dia seja único e possas dar sempre o teu melhor, a tua bondade, o teu exemplo, o teu amor em tudo o que fazes, a tua marca pessoal no mundo em que pisas. Tu tens o poder de curar as tuas feridas e as dos outros, de suplantar tristezas e regenerar o que não encaixa no teu mundo, tens a habilidade de traduzir em palavras o que queres e o que sentes. És mulher de dores, de paixões, de talentos, de prodígios, de recordes, de amores improváveis e de causas justas. Aprendeste a combater o medo desde criança, a fazer dos desafios prova da tua força, a lutar pelos ideais e a debater o que acreditas. És força e fé, vulcão e tempestade, arrasas com o pensamento, conquistas com a tua verdade. Mulher de fibra, mulher de armas, sempre pronta para o trabalho, és fantástica e tu sabes, tens capacidade de resistência, e consegues alcançar sempre mais, na ânsia de superar os teus limites. Mulher destemida, mulher furacão, nada te impede, nada te trava, tens a capacidade divina de materializar o que sonhas. Basta quereres, basta ousares, porque tu Mulher és a inspiração que faz o mundo girar e o sol todos os dias brilhar. Hoje é dia de seres feliz, acredita, sonha, conquista, persegue a tua lenda, o teu coração. Vibra, corre, ilustra, escreve e lê o que desejas. Liberta-te de todos os medos, todos os impossíveis, todas as angústias e sorri. Sente a gargalhada primeiro suave, depois forte a percorrer o teu corpo. O dia é hoje! Felicidades mulher! Ana Machado Sempre gostei de escrever, sempre foi algo que gostava de fazer na escola, sendo pródiga nas composições em que tinha liberdade criativa para imaginar. Colocava no papel histórias fantásticas, cheias de ação e de surpresas e embora não me tenha transformado ainda numa escritora, é algo que está sempre presente em mim. Escrevo por prazer, por ser a forma que melhor utilizo para comunicar, para dizer o que penso e o que sinto. Escrevo para inspirar, para motivar, mas também muitas vezes para aliviar o que me vai na alma e carece de desabafo. Escrever tornou-se assim um hábito, uma rotina que exerço todos os dias um pouco, quer neste blogue, quer nas redes sociais, como um recurso mediático para motivar as pessoas que me seguem a acreditarem mais nas suas potencialidades e capacidades. Todos os dias encontro palavras que se emparelham e se montam, como se tivessem vida própria, que se traduzem em mensagens de alento, de positivismo, de alegria, de reflexão e de conforto. Tornou-se um vício brincar com as palavras todos os dias pela manhã. E há vezes em que eu sinto que já não sou eu que as encontro, são elas que me escolhem como sua mensageira, chegando até mim sorrateiras, ainda ensonadas, à espreita da frase certa para despertar consciências. Muitas vezes, são elas inclusive que me salvam o dia e me inspiram. Há cerca de 2 anos para cá, utilizo a escrita também como uma ferramenta de desenvolvimento pessoal e de criatividade num clube de escrita que facilito, ajudando a libertar as palavras que estão escondidas e que a medo se revelam. Ultimamente, comecei também a facilitar workshops de escrita criativa, com o intuito de desbloquear a imaginação e o fluxo das palavras. Tem sido um trabalho muito gratificante fazê-lo, não só porque me diverte muito pensar nos exercícios e nos desafios que farão os formandos sair da sua zona de conforto, mas também porque em cada sessão fico fascinada com as palavras que voam, ditadas em textos inspirados, que saem das profundezas da sua alma, palavras que os formandos às vezes nem sabiam que tinham guardadas, bem como memórias e mundos desconhecidos, que através das palavras conseguem ganhar forma. Escrever é romper com os dogmatismos, com as ideias feitas e preconcebidas, é arrancar do peito dores e transformá-las em experiências de vida e aprendizagens. Nesse sentido, escrever pode servir como uma poderosa ferramenta de autoconhecimento, mas também como catarse e terapia para expulsar o que nos incomoda, o que nos fere, ou inquieta. Permite-nos fazer uma viagem interna de transformação pessoal, servindo para afastar tristezas e expressar sentimentos que precisam ser manifestados para se libertarem. Através da escrita criativa que pratico, a qual não pretende formar escritores, nem tão pouco possui intuitos literários, é possível experimentar a liberdade das palavras, o sermos nós mesmos, únicos, sem constrangimentos, pensamentos ou julgamentos de valor. Costumo dizer nas sessões que dinamizo que nunca, mas nunca devemos nos desculpar perante os outros pelos nossos textos, nunca devemos nos menosprezar ou julgar, porque tudo o que escrevemos é livre e devemos aceitar o que veio nesse processo de escrita. Só numa fase posterior, é que podemos preocupar-nos com uma possível edição, revisão de texto, de erros ortográficos ou composições gramaticais, porque afinal o que interessa é praticar, escrever sem pressões, ou formatações. Escrever tão somente. Escrever como terapia ajuda de facto a ultrapassar traumas, momentos do passado mais difíceis, podendo complementar a escrita com outras terapias ou expressões artísticas, para facilitar o processo de cura. Escrever limpa a alma, como o choro a alivia, organiza e clarifica os nossos pensamentos e pode levar-nos para longe, para cenários nunca antes pensados, conhecer personagens desconhecidas, travar diálogos improváveis. Escrever é sempre uma viagem, onde nunca estamos sós… Escrever para muscular a criatividade enferrujada, para criar intimidade com as palavras, para voar, para abrir um portal novo onde jamais se conhece o lugar de destino, pois escrever é sempre uma aventura. Por isso, mesmo que não gostes muito de escrever, nunca deixes de tentar, de praticar e exercitar, pois nunca sabes o que poderás encontrar. Lembra-te que, como o disse Thomas Edison «o génio é um por cento de inspiração e noventa por cento de transpiração», por isso nada de dizer que não sabes escrever, ou que não és capaz! É só começar a praticar, todos os dias um pouco mais… Vamos escrever? Ana Machado Viver exige saber quem somos e o que queremos da vida, conhecer-nos bem é assim um dos maiores segredos para sermos felizes, tornando-nos mais conscientes dos nossos desejos, dos nossos porquês e das nossas necessidades. Se não sabes quem és, nem o que queres, limitaste-te a ir na corrente e sofres daquilo a que Tony Robbins, famoso palestrante motivacional, coach e um dos nomes de referência da Programação Neuro –Linguística e do Desenvolvimento Pessoal, apelidou de «Síndroma de Niágara». Mas no que consiste este síndroma? É perigoso? É assustador? A resposta é afirmativa e pode dizer-se que quem sofre deste mal pode mesmo ter um triste fim, pois é eminente o colapso e a queda. O «Síndroma de Niágara», consiste em deixares-te ir na corrente do rio, que é a vida, sem saber onde esse rio poderá ir dar… num estado completamente inconsciente, o que desconheces é que esse rio pode começar a ter uma correnteza com que não contavas e começas a afastar-te muito das margens e da tua zona confortável. Nesse momento desperta em ti o medo, a ansiedade da fúria daquele rio, que não sabes para onde te leva e arrasta…tu queres trazer o barco para fora de perigo, mas dás conta que o teu barco não tem remos e se aproxima a velocidade veloz de uma enorme catarata e não tardas a ver um precipício enorme, e o teu fim está para breve. Assustador, não é? Bem sei que se trata de uma metáfora impactante, mas é o que nos espera, quando não sabemos bem o que andamos a fazer com a vida, sem planos, sem sonhos, sem objetivos, acionando apenas o piloto automático e vivendo para o dia-a-dia, sem questões, nem objeções. Limitamo-nos a existir! Se não queres ser mais uma a ir na corrente, define o teu rumo, antes que seja tarde demais. Podes ter tentado, podes até ter caído, e não conseguires reerguer-te no momento, o que interessa é que saibas que nesse estado é que não podes continuar. Demora o tempo que necessitares para te levantar, pois se até «Roma e Pavia não se fizeram num dia», tu também podes levar o teu tempo. Lembra-te que se tu não tiveres planos para a tua vida, alguém os vai ter por ti… e se não assumires o controlo da situação nunca saberás como poderá ser a melhor versão de ti mesma. Nunca te esqueças, que tal como Mark Twain um dia escreveu, «os dias mais importantes da tua vida são o dia em que nasceste e o dia em que te deste conta do porquê» Mark Twain Ana Machado O livro sobre o qual gostaria de vos falar hoje é o «Do Drama para o Dharma», de autoria de Vera Luz, que nos apresenta a história de uma mulher chamada Sara, que como todas nós, é uma mulher que carrega aos ombros uma história de vida, repleta de padrões, de crenças limitantes, de medos e de hesitações. Através deste relato percorremos uma interessante experiência de vida, revemo-nos no percurso de Sara, nas dificuldades que encontra e que tem de lidar, nos medos que a perseguem, nomeadamente a falta de autoestima e de amor próprio, o medo da rejeição, a falta de amor, a cobrança e a vitimização. Vera Luz descreve as várias fases porque passa Sara ao longo da sua vida, e como a Regressão e a Astrologia podem ajudar a entender e descortinar certos aspetos da vida, dando-lhe um sentido mais elevado. Com uma perspetiva espiritual, baseada nas leis universais, é possível identificar como podemos evoluir e crescer com as experiências que trazemos sob a forma de karma e de como podemos ultrapassar os nossos bloqueios. É importante entender que o que atraímos na nossa vida é tudo uma questão de energia, e por isso os outros à nossa volta acabam por ser um reflexo do que emanamos energeticamente. Este livro permite-nos assim um olhar atento sobre quem somos, como podemos aceitar a nossa essência, e olhar para dentro para encontrar as respostas que buscamos. O interessante na história de Sara é que ela descobre que tudo começa fora do perímetro de segurança e só assim é possível sair do círculo vicioso em que se move, mostrando-nos o poder maravilhoso do amor próprio, e da autenticidade. De Marrocos até à Índia, Sara vai descobrindo novos horizontes, e uma força que julgava impossíveis, conhecendo-se cada vez melhor, o que lhe permite escolher caminhos que não supunha existirem e que lhe revelam sentimentos e realidades deslumbrantes. Este livro permite-nos também refletir sobre as belas histórias de amor, como lições que devemos ter nesta vida, desmistica-nos a ideia romântica e cor de rosa do «felizes para sempre», pois as pessoas só se relacionam enquanto houver algo que tenham que partilhar e aprender, nada dura para sempre e deve aceitar-se isso com humildade, em vez de se reagir com excesso de apego, cobrança e desamor quando as relações terminam, numa teia de sentimentos e sensações de vibração densa que se multiplica e de onde não é fácil sair ileso. «Reencontros kármicos amorosos existem, sim, mas não para serem vividos na ilusão do “juntos para sempre”. São encontros fabulosos, cheios de emoções intensas e inexplicáveis e que se dão com a intenção de entreajuda amorosa entre duas almas. São uma maneira discreta do Universo nos lembrar que a vida é muito mais do que aquilo que vemos no nosso dia a dia»., In: «Do Drama para Dharma». Ao ler este livro certamente encontrarão uma esperança para enfrentar dias difíceis, lidar com amores kármicos inexplicáveis, com as dores de alma, com a insegurança das decisões a tomar. Um livro que nos mostra que é importante entender os factos para além da racionalidade e perceber como podemos aceitá-los e integrá-los numa perspetiva evolutiva para chegar a um patamar de desenvolvimento e crescimento interior mais elevado. Só quem passa pelas dificuldades pode dar valor à vitória, às conquistas e à paz de espírito. «Do Drama para o Dharma» revela-nos assim, através da sua narrativa, que não devemos desistir de ser felizes, porque a felicidade não é o destino, mas o caminho até lá chegar. Ana Machado Hoje venho falar-te de algumas armadilhas que estão presentes no nosso quotidiano e que nos impedem de ter sucesso e êxito na realização dos nossos sonhos e objetivos. Essas armadilhas são colocadas por nós mesmas, por isso por sermos as únicas responsáveis por essa situação, devemos tomar consciência da sua existência e tomar algumas medidas para não cairmos nos seus perigos e enredos.
Uma das mais frequentes tem a ver com o excesso de passado nas nossas vidas, com as nossas crenças limitadoras, que alimentamos com as experiências anteriores que podem não ter corrido bem. Senão correram bem, e porque temos o péssimo hábito de nunca nos responsabilizarmos pelos nossos atos e assumir as consequências de ações mal calculadas ou os nossos próprios erros, tendemos a acreditar que não vai correr bem novamente, e pode nem ser possível repetir a experiência porque nos vai causar dor, ao recordar o que correu mal no passado. Ao estarmos muito ligadas ao passado e aos episódios que nele ocorreram estamos a condicionarmo-nos ao que possa ter acontecido, quer de bom quer de ruim, e não estamos a viver o momento presente, a encarar os riscos, estamos sempre a projectar as experiências do passado na realidade. Tomemos como exemplo as relações amorosas. Quantas mulheres não continuam presas a relacionamentos do passado, porque carregam com elas a dor do sofrimento, os aspetos negativos da relação, o condicionamento da sua mentalidade, preferindo ficar nesse estado do que dar uma nova oportunidade e tentar fazer algo de diferente na sua vida? Temem que se repitam os mesmos erros, as mesmas vivências, os mesmos padrões e quanto mais pensam nisso, mais se afundam no passado e não avançam na vida. Outro síndroma ligado ao passado é o sentimento de nostalgia, de recordar algo que já passou e do qual não se consegue sair, permitindo a entrada de algo novo, que injecte uma nova energia no presente. Quem fica retido por estes tempos passados seja pela dor ou pela nostalgia acaba por ter mais dificuldades em evoluir, em avançar rumo ao sucesso, pois remete para uma época que já não existe mais, que passou lá atrás. Nesses casos é fundamental colocar um ponto final parágrafo e recomeçar de novo. O futuro é a segunda armadilha com que nos deparamos e nos impede de ter mais sucesso nos nossos objetivos, isto porque o futuro, tal como o passado é um tempo que não existe, consiste em projeções, não tem tangibilidade, é uma criação da nossa mente. Temos de parar de colocar o poder no amanhã e deixar de procrastinar as ações, adiando-as em nome de um futuro que ainda não chegou, “deixando para amanhã o que se pode fazer hoje”. Por outro lado, ao ter apenas como foco o futuro, e por ele parecer ainda um pouco distante, pode também causar-nos a ideia de ir ao sabor do vento, sem estabelecer objectivos e lutar pelos ideais. Outra das armadilhas e sem dúvida a mais nefasta é a autosabotagem. São os discursos da mente que nos enredam e nos criam pensamentos direcionados para o fracasso e falhanço, que se expressam naquela vozinha que ouvimos na nossa cabeça e nos diz: «Não és suficientemente boa», «isto não vai resultar», «ninguém gosta de ti», «tu não mereces isso». E enquanto alimentarmos esta vozinha só vamos diminuindo a qualidade dos nossos pensamentos, sentimentos e atitudes, porque nós somos aquilo em que acreditamos, se não acreditamos no nosso valor, o mais provável é que tal se verifique. Assim, a autosabotagem traduz-se em fazermos dramas existenciais, levando-nos a duvidar, a desistir antecipadamente e a não acreditar nas nossas capacidades, porque se traduz numa autêntica falta de fé em nós. Como podemos contrariar estas situações? - Concentrarmo-nos sempre no presente. - Focarmo-nos nos objetivos que queremos alcançar e estabelecer metas. - Erradicar as crenças limitadoras e substituí-las por crenças fortalecedoras. - Fomentar o pensamento positivo diariamente. - Alimentar a criatividade e o empoderamento pessoal. - Fazer atividades que nos coloquem sintonizados com o aqui e o agora e nos libertem a mente, como Meditação ou Mindfulness. - Praticar a gratidão e ver sempre aspetos importantes e gratificantes na nossa vida. - Sentirmo-nos úteis e a contribuir para causas sociais ou humanitárias. Ao percebermos melhor os nossos pontos fracos, as armadilhas em que frequentemente caímos, temos tudo para poder contorná-los, e melhorar as nossas condutas, aumentando significativamente os nossos resultados. Que te parece? O livro sobre o qual gostaria de vos falar hoje anda nas bocas do mundo, está nos tops de venda, destaca-se nos escaparates das bancas das livrarias, e não é sobre violência, nem sexo, nem histórias de corrupção, mas sobre o conceito de felicidade para os dinamarqueses, que para eles se traduz na palavra «Hygge». O Livro do Hygge: O Segredo Dinamarquês para ser feliz, de autoria de Meik Wiking, (Presidente do Hapiness Research Institute) revela-nos aspetos simples da vida dinamarquesa, essenciais para a sua qualidade de vida, que não são medidos em termos monetários ou materiais, assentando mais no conforto, na intimidade, no prazer de aspetos do quotidiano partilhados com os outros. Para os dinamarqueses, hygge «trata de atmosfera e experiência, e não de coisas. Trata de estarmos com os entes queridos. A sensação de estar em casa. A sensação de estar a salvo, escudados do mundo e de podermos baixar a guarda. Podermos ter uma conversa infindável sobre as pequenas ou as grandes coisas da vida- ou apenas estarmos à vontade na companhia silenciosa dos outros- ou ainda estarmos simplesmente sozinhos a apreciar um chá». Por terem uma qualidade de vida acima da média, e por serem um povo que se nutre socialmente com coisas simples e gostosas, que garantem níveis de bem-estar bastante elevados, a Dinamarca é considerado o país mais feliz da Europa, de acordo com o Relatório sobre a felicidade Mundial de 2016 e outras sondagens e relatórios de anos anteriores. Entre os aspetos que definem o «hygge» encontram-se os seguintes ingredientes: ambiente, presença, prazer, igualdade, gratidão, harmonia, conforto, tréguas, convívio, refúgio. Comecemos pelo ambiente. Os dinamarqueses adoram velas, luzes de baixa temperatura, que deem ambiência, evitando espaços com luminosidade muito artificial, que lhes agrida os olhos e lhes produza desconforto. São por isso consumidores natos de velas e de candeeiros de design, o que confere às suas casas, ou aos locais que frequentam, um encanto único e especial. Também o convívio social com a família e amigos é muito importante para os níveis de felicidade dos dinamarqueses. Embora não sejam um povo que goste muito do contacto físico próximo, são extremamente gregários e gostam de viver experiências em grupo, grupo este que não precisa ser muito grande, pois preferem relacionar-se com um número mais restrito de amigos chegados e familiares, o ideal para as pessoas mais introvertidas, que podem assim socializar sem se sentir demasiado expostas. Dentro destes grupos mais íntimos, os dinamarqueses sentem-se em casa e confortáveis, reunindo-se para partilhar refeições, jogar jogos de tabuleiro, conversar, ver a lareira crepitar, cozinhar, beber um copo de vinho quente, ou simplesmente assistir a filmes na televisão. Por terem um clima particularmente frio durante o inverno, esta época é excelente para se viver o hygge, convidando a práticas no conforto do lar, com boa comida, lareiras acesas, velas e mantas. A comida e a bebida são aspetos também muito importantes para a felicidade desta gente nórdica, pelo que quanto mais suculento e doce for, melhor. Apreciam os sabores intensos, os bolos, o bacon e o vinho quente com especiarias. Faz parte da sua ementa da felicidade as compotas caseiras, os pratos de confeção lenta, os licores que demoram a maturar o sabor, assim como as conservas de alimentos. A casa e a roupa têm de ser necessariamente confortáveis para serem consideradas hygge, recomendando-se o vestuário por camadas, as meias e camisolas grosas de lã. Na casa, não devem faltar recantos para os sofás, as mantas e as almofadas, que são autênticos refúgios depois de um dia de trabalho. O Natal por ser a época mais fria e escura do ano e também por permitir muitos momentos de partilha de felicidade é considerado o momento mais hygge no calendário dinamarquês, aliando as tradições, a criatividade e o empenho que todos colocam na celebração dessa festa. É o momento ideal para saborear as iguarias, partilhar memórias e reunir a família e os amigos.
A prática da gratidão deste povo vivida no seu quotidiano permite-lhes viver na base do aqui e do agora, aproveitando os prazeres das coisas simples, como seja um bolo de chocolate, o convívio com os filhos, um jogo de tabuleiro com a família, o folhear de um álbum de fotografias. É esta simplicidade presente nas suas vidas, que lhes permite viver em comunhão com o que é mais importante, esquecendo as superficialidades, as futilidades e aparências. Não é preciso parecer, é preciso ser. É por isso que a felicidade pode ser tão simples… Tendo em conta este exemplo de hygge, faço-vos uma proposta, por que não introduzir mais alguns destes elementos simples nas vossas vidas e parar de complicar tanto? Sejam felizes! Sejam simples! O Amor liberta O Amor eleva, O Amor é transformador O Amor é partilha, O Amor é acrescentar, Nunca subtrair, O Amor é incentivar, Nunca denegrir O Amor não junta metades Mas seres inteiros. Comecei esta reflexão convosco sobre o poder transformador das relações amorosas, com este jogo de palavras, porque é isto mesmo que vos quero transmitir de modo simples e poético ao mesmo tempo. Hoje em dia , muitas mulheres continuam a viver relacionamentos, que nada, mas quando digo nada, é mesmo nada têm a ver com o amor. Transformaram essas relações em lugares comuns, rotinas e hábitos que se repetem, onde não existe qualquer tipo de comunicação, um diálogo de cumplicidade, de entendimento, a partilha de uma linguagem que ambos entendam. Muitas vezes, na maior parte dos casos, já nem existe grande afeto, nem toque físico, apenas co-dependência. Se foi assim que viveram toda a vida, temem deixar essa realidade, porque desconhecem como será começar de novo, duvidando da sua capacidade de começarem tudo de novo de novo e sozinhas. Nesses casos, o medo da solidão pode ser tão grande, que embora já tenham consciência do que têm em casa não é nada, se mantém anos a fio, presas a uma infelicidade que preferem não falar, calando a tristeza, o desespero, a falta de novidades, o fim do desejo entre o casal, acomodam-se, deixam-se ficar, abdicando do que possa ser isso de felicidade, até porque ser feliz também dá muito medo. Se este é o teu caso, pensa no que podes fazer para transformar o teu relacionamento, se sentires que ainda é possível fazer algo por ele, salvá-lo desse estado moribundo. Inova, fala com o teu companheiro, procura perceber o que ele sente, o que ele quer da vida, estabeleçam objectivos comuns, introduzam mais momentos de intimidade entre vocês, arrojem, estipulem um dia só para os dois e aventurem-se nessa nova oportunidade. Percebam se é possível salvar algo que estava apenas adormecido por tanta rotina e obrigações. Estimulem isso. Mas, se depois de tentares, continuares a sentir que essa relação não te preenche, aconselho-te a redefinires tu os teus objectivos de vida. É isso que queres, uma relação que já não te faz vibrar? Que já não te faz querer correr para casa, muito menos para estar junto da pessoa por quem tu te apaixonaste um dia? Com quem não consegues aguentar o contacto físico, a presença dele? Com o qual nem consegues conversar sobre ti, sobre o que gostas e queres fazer, é isso que queres? Ou sentes que precisas amar-te mais, aceitar-te, dar pequenos passos na direcção do que te faz feliz, do que deixaste para trás, porque te deixaste anular? Tu és mais do que os restos que permitiste que a tua vida se tenha transformado. Tu és poderosa, tu mereces ter paixão na tua vida, não permitas que o medo te trave e te impeça de ir mais além. Luta por ti, não te resignes, não te ignores, não cedas o teu poder pessoal, não apagues os teus sonhos, o teu amor, as tuas esperanças. Nenhuma relação é isso em que transformaste a tua vida, o amor é tudo menos dependência e medo. Por isso luta, transforma, ama-te! Porque sim, tu mereces ser feliz! E nunca te esqueças que mais vale só, do que mal acompanhada! Não há maior solidão, do que aquela que temos acompanhadas! |
AutorAna Machado - Mad About Dreams Arquivos
Setembro 2017
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